Agribusiness no Brasil

A partir deste artigo, iremos abordar alguns temas sobre um dos setores fundamentais para a economia brasileira que é a agropecuária.

As primeiras centrais comerciais nucleares entraram em operação em 1950, após o fim da segunda guerra mundial, a atenção voltou para a fissão nuclear de forma de uso pacífico, controlando-a para a geração de energia. Atualmente existem 440 reatores ativos, dos quais fornecem cerca de 10% da eletricidade no mundo. Ao passar dos anos, a energia nuclear tem apresentado um crescimento global significativo.

Em 2020, o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) alcançou R$ 871,3 bilhões, tornando-se o maior da série histórica desde 1989. O crescimento real foi de 17% em relação a 2019. O segundo melhor resultado ocorreu em 2015, com R$ 759,6 bilhões. Os dados já incluem as estatísticas de dezembro do ano passado. As lavouras tiveram faturamento de R$ 580,5 bilhões, alta de 22,2%, e a pecuária, de R$ 290,8 bilhões, incremento de 7,9%. De acordo com nota técnica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), os produtos que mais contribuíram para o resultado foram o milho, com crescimento real de 26,2%, a soja, com 42,8%, a carne bovina, com 15,6%, e a carne suína, com 23,7%. O faturamento da soja, do milho e da carne bovina foi de R$ 243,7 bilhões, R$ 99,5 bilhões e R$ 126,3 bilhões, respectivamente. Destaca-se ainda a contribuição positiva da produção de ovos em 2020. Segundo a pasta, as variáveis determinantes para os resultados estão relacionadas aos preços dos produtos no mercado interno, às exportações favoráveis para grãos e carnes e à produção da safra de 2020.

As primeiras estimativas para 2021 indicam crescimento do VBP de 10,1% (R$ 959 bilhões). Os principais destaques são arroz (17,3%), batata inglesa (22,1%), cacau (14,7%), mandioca (10,9%), milho (17,7%) e soja (24,4%). Há ainda boas expectativas para a pecuária, em especial bovinos, suínos, frangos e leite. O ranking dos principais produtos em 2021 aponta para a soja, o milho, café e algodão, responsáveis por 82,6% do faturamento esperado para as lavouras. Na pecuária, bovinos, frangos e leite devem liderar os resultados do VBP, com participação de 85,9% no faturamento. A lista dos estados campeões na agropecuária deve permanecer com Mato Grosso, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

O Valor Bruto da Produção Agropecuária mostra a evolução do desempenho das lavouras e da pecuária ao longo do ano e corresponde ao faturamento bruto dentro do estabelecimento. É calculado com base na produção da safra agrícola e da pecuária e nos preços recebidos pelos produtores nas principais praças do país, dos 26 maiores produtos agropecuários do Brasil.

Dois principais fatores estão associados ao crescimento da atuação agropecuária do Brasil no mercado externo: a mecanização do campo, vivenciada no país a partir da segunda metade do século XX, e a expansão da fronteira agrícola para o interior do território ao longo do mesmo período. Assim, elevou-se a produtividade nas áreas produzidas, bem como as áreas cultivadas, embora muitas áreas de expansão apresentem modelos tradicionais, uso extensivo da terra e baixa produtividade.

A seguir, temos uma breve análise da espacialização dos principais produtos agropecuários brasileiros:
a) Cana-de-açúcar
A cana foi o primeiro produto de cultivo em larga escala na história agrícola do Brasil, implantada no país pelos portugueses no período colonial principalmente com o sistema de plantations na região Nordeste. Na época, o destino do cultivo era a produção de açúcar para a comercialização no mercado externo. Atualmente, além dessa mercadoria, a cana é destinada também para a produção de etanol, cuja importância econômica e política é cada vez mais acentuada no contexto geopolítico internacional dos combustíveis e das fontes de energia.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a cana-de-açúcar ocupa no Brasil cerca de 10% de todas as áreas utilizadas pela agricultura e é responsável por pouco mais de 17% das exportações nacionais. Sua produção concentra-se em médias e grandes propriedades, principalmente nos estados da região Sudeste, além do litoral nordestino, Paraná e algumas localidades da região Centro-Oeste.
b) Café
O café também foi um dos mais importantes produtos presentes na história econômica brasileira, tendo o auge de seu ciclo vivenciado no final do século XIX e início do século XX até a chegada da Grande Depressão de 1929, quando passou a sofrer certo declínio. Mesmo assim, a produção de café continuou em alta no país e, mesmo não sendo mais o principal produto agrícola nacional, é responsável por quase 10% das exportações do agronegócio. Ao todo, quase 70% de todo o café produzido no Brasil é destinado ao mercado externo.

Assim como a cana-de-açúcar, o café é majoritariamente produzido em médias e grandes propriedades, muito embora a agricultura familiar seja responsável por quase 30% do seu cultivo, dispondo apenas de 20% das terras agricultáveis no país. O principal estado produtor é Minas Gerais, que concentra mais da metade do cultivo e, ao lado de São Paulo e Espírito Santo, detém cerca de 83% da produção nacional, conforme dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) referentes a 2011.
c) Soja
A soja é o principal produto da agricultura brasileira, embora a liderança mundial da produção pertença aos Estados Unidos. Ela responde por mais de 9% de toda a balança comercial do Brasil e ocupa a maior parte das terras agricultáveis. A maior parte de seu volume é destinada ao mercado estrangeiro. A vantagem da produção de soja no Brasil é que ela ocorre no período de entressafra nos países do norte, para onde a exportação acontece em maior volume, cujo destino é a alimentação de rebanhos em territórios desenvolvidos.

O aumento da produção de soja no Brasil aconteceu sobretudo com a mecanização do campo e a expansão da fronteira agrícola. Esse processo foi marcado principalmente pelo avanço de produtores sulistas para a região central do país. Não por acaso, os líderes do ranking nacional de produtividade desse grão são os estados da região Centro-Oeste (com destaque para o Mato Grosso), além do Paraná, Rio Grande do Sul, Tocantins e Bahia.

d) Carne bovina O Brasil possui o segundo maior rebanho bovino no mundo, com mais de 200 milhões de cabeças de gado – atrás somente dos EUA –, além de ser o país que mais exporta carne desse tipo. Além da carne, o Brasil também possui uma alta produtividade de leite, este voltado, sobretudo, para o mercado interno.

A pecuária no Brasil é predominantemente extensiva, ou seja, com a ocupação de grandes áreas, o que ocorre tanto pela alta disponibilidade de terras quanto pelas estratégias dos latifundiários para manterem suas propriedades produtivas, evitando o seu destino para a Reforma Agrária. Mesmo assim, vem crescendo no país a atuação da pecuária intensiva, muitas delas diretamente associadas a agroindústrias leiteiras e de corte.

Segundo dados do Ministério da Agricultura, apenas 16% da carne bovina brasileira é destinada ao mercado externo, sendo a maior parte comercializada no mercado interno. Isso ocorre porque a lucratividade no mercado nacional é alta e, também, pela baixa importação desse produto, uma vez que a carne nacional possui uma melhor relação entre custo e benefício. Mesmo assim, o governo brasileiro estima que, até 2019, as exportações brasileiras de carne responderão por 60% do comércio mundial do produto.

e) Fumo
O fumo é um dos poucos grandes produtos da agropecuária brasileira que são, em maior parte, produzidos em pequenas propriedades. O seu cultivo em folhas no país é o segundo maior do planeta, atrás somente da China, de modo que o Brasil é o maior exportador. Todavia, sua produção vem oscilando nos últimos anos, principalmente em função das campanhas internacionais e nacionais de diminuição do consumo de tabaco.

A maior parte da produção ocorre na região Sul do país, que responde por mais de 90% de todo o tabaco cultivado em território brasileiro, com destaque para o Rio Grande do Sul, que, sozinho, produz 47%. Ao todo, mais de 180 mil famílias brasileiras dependem da produção de fumo, embora alguns estudos venham diagnosticando a migração para outras culturas, principalmente de produtos agrícolas orgânicos.

f) Milho
Em termos de produção mundial de milho, o Brasil encontra-se atrás somente dos Estados Unidos e da China, estando muito próximo da União Europeia. Metade de sua produção no país é realizada por pequenos produtores e a outra metade fica a cargo de latifundiários, que vêm elevando a produção de milho transgênico. Embora seja considerado um produto de vital importância para a subsistência alimentar, a maior parte de sua produção destina-se à fabricação de rações para animais.

Os principais estados na produção de milho no Brasil são Goiás, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Sua produção deve crescer a um ritmo de 3% nos próximos anos e as áreas agricultáveis destinadas a esse produto também devem aumentar aproximadamente 1% nas safras posteriores.

Os principais estados na produção de milho no Brasil são Goiás, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Sua produção deve crescer a um ritmo de 3% nos próximos anos e as áreas agricultáveis destinadas a esse produto também devem aumentar aproximadamente 1% nas safras posteriores.



Fale Conosco pelo WhatsApp